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Muita dor no punho pode ser Tenidinite






Tem sentido muita dor no punho? Pode ser tendinite
Você sabia que a tendinite pode estar associada a outros problemas como lúpus, artrite e gota? Saiba como tratar este problema.
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Se você já sentiu uma leve ou intensa dor no punho, por exemplo, e não deu muita importância, fique atento, pois pode ser uma inflamação nos tendões. A tendinite é muito comum nas formas aguda e crônica, mas para que se possa entender a sua complexidade, é necessário saber o que é um tendão, qual a sua estrutura e a sua função no sistema músculo-esquelético. Depois desses conhecimentos, será mais fácil compreender o que é uma tendinite, suas causas, quais os seus principais sinais e sintomas clínicos, como se faz o diagnóstico dessa condição, assim como as suas relações com outras doenças, tais como osteoartrite, artrites e lesões por esforço repetitivo (LER).

Estrutura e funções dos tendões

Os tendões são estruturas que auxiliam a função muscular. Essas estruturas se localizam nas pontas dos músculos e unem os músculos aos ossos. Sua função é tracionar o osso durante a contração muscular para que o movimento de uma articulação possa acontecer. Quando dobramos os dedos ou um braço, por exemplo, os tendões são tensionados e tornam-se ativos entre o músculo contraído e o osso para gerar movimento.

Um tendão pode se alongar em 4% a 8% do seu tamanho original, sendo que, além desse limite, haverá lesão anatômica do tendão. Toda vez que um músculo se contrai para realizar determinado movimento, seu tendão também estará tensionado, auxiliando o movimento.

Definição, causas e características clínicas da tendinites

"A tendinite pode se apresentar como doença isolada, quando afeta apenas um ou poucos tendões sem outra causa ou doença aparente ou em associação com variadas doenças do aparelho locomotor".

Tendinite é uma condição inflamatória e/ou irritativa que acomete os tendões e/ou as estruturas diretamente relacionadas ao tendão. A tendinite pode se apresentar como doença isolada, quando afeta apenas um ou poucos tendões sem outra causa ou doença aparente ou em associação com variadas doenças do aparelho locomotor, representando parte dos sintomas e sinais de outra doença.

Uma tendinite pode ser causada por múltiplos agentes que agridem o tendão de forma aguda (episódio único) ou de forma crônica (múltiplos episódios lesivos). Também é possível haver uma tendinite por agressão do próprio organismo a componentes dos tecidos tendinosos, tal como se observa nas chamadas doenças autoimunes, onde o organismo agride a si próprio.
O trauma é uma das principais causas de tendinite. Isso pode ocorrer por um episódio agudo que tensiona (alonga) o tendão além do limite de 8%, causando lesão da sua estrutura. Essa lesão produz reação inflamatória local imediatamente (ou em até 24 horas) após o episódio traumático.

O trauma repetitivo também é causa frequente de tendinite. Nesse caso, forças que normalmente não produziriam lesão, são aplicadas repetitivamente aos tendões, produzindo estresse a partir da somatória das múltiplas cargas. O tendão necessita de repouso após o trabalho para que possa haver a reparação desse estresse. Caso não haja repouso entre os múltiplos pequenos traumas, as células dos tendões tornam-se exauridas e ocorre a lesão celular conhecida como lesão por fadiga, que rompe as células e produz substâncias tóxicas (ácido lático, prostaglandinas etc.) capazes de desencadear o processo inflamatório que resultará em tendinite.

As tendinites degenerativas e autoimunes, entretanto, não resultam necessariamente de traumas importantes, sendo que sua etiologia (causa) está ligada a alterações no funcionamento normal do próprio organismo. No primeiro caso (degenerativas), o envelhecimento normal dos tecidos torna os tendões menos resistentes a lesão, significando que no indivíduo mais velho os tendões podem sofrer lesões com cargas menores que nos indivíduos mais jovens. Esse tipo de tendinite normalmente está associada a doenças degenerativas, tais como a osteoartrose.

No segundo caso (autoimune), o organismo desenvolve reação agressiva (anticorpos, complexos imunes etc.) contra os tecidos do próprio tendão, especialmente contra componentes do peritendão, devido à sua semelhança com a membrana sinovial das articulações. Esse tipo de tendinite, normalmente acompanha as doenças tidas como autoimunes, tais como artrite reumatóide, lúpus eritematoso etc.

Os principais sintomas da tendinite:

* Dor de variada intensidade;

* Edema (inchaço) de leve a intenso;

*Calor na pele suprajacente ao tendão inflamado;

* Vermelhidão na região dolorosa;

* Incapacidade de realizar movimentos devido à dor, como também dor intensa quando o tendão acometido é tensionado (esticado).

A tendinite pode ser dividida clinicamente em três categorias. A aguda, cujos sintomas se instalaram há menos de duas semanas; subaguda, quando os sintomas têm duração de duas a seis semanas e as crônicas, com duração maior que seis semanas. A classificação também pode ser de acordo com a lesão tecidual do tendão. Nesse caso, existem basicamente três estágios em todas as tendinites
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1º estágio - Lesão inflamatória sem ruptura significante das fibras e células do tendão, o que é mais comum ocorrer em pequenos traumas, nas fases iniciais das doenças degenerativas e autoimunes, assim como no início das lesões por esforço repetitivo.

2 º estágio - Ocorre ruptura parcial das fibras e células dos tendões, representando um estágio mais avançado da tendinite.

3 º estágio - Já existe ruptura total do tendão, caracterizando as fases finais dos processos inflamatórios crônicos dos tendões ou uma resposta à lesão traumática aguda.

Diagnóstico e relações com outras doenças

O diagnóstico da tendinite pode ser dado apenas levando-se em consideração os sinais e sintomas clínicos apresentados pelo paciente, entretanto o médico pode lançar mão de exames complementares que o confirmarão.

A radiografia convencional não é capaz de revelar uma tendinite na sua fase aguda. Nessa situação, talvez, a presença de sinais, tais como edema e gás na região do tendão afetado possam apenas sugerir tendinite. Nas fases agudas, entretanto, podem surgir calcificações (deposição de cristais de hidroxiapatita) no tendão, peritendão ou nas bursas peritendíneas, reforçando o diagnóstico de tendinite. A ultrassonografia e a ressonância magnética, entretanto, podem ser mais específicas para esse fim. No caso da ultrassonografia, é possível avaliar a presença de líquido inflamatório ao redor do tendão, bem como o aspecto da estrutura fibrilar pode revelar a presença de alterações anatômicas, rupturas parciais ou totais do tendão. A ressonância magnética também é capaz de revelar as mesmas alterações que a ultrassonografia, entretanto o seu poder de identificação dos tecidos é muito mais preciso.

"Exames de sangue também podem ser necessários em alguns casos, especialmente para investigar a origem da tendinite ou para esclarecer se está associada a outras doenças sistêmicas, tais como artrite reumatóide, lúpus eritematoso, gota, condrocalcinose etc".

Exames de sangue também podem ser necessários em alguns casos, especialmente para investigar a origem da tendinite ou para esclarecer se está associada a outras doenças sistêmicas, tais como artrite reumatóide, lúpus eritematoso, gota, condrocalcinose etc. Os exames com maior utilidade para identificar doenças que apresentam tendinites como uma de suas manifestações são: hemograma, ácido úrico, provas inflamatórias (VHS, alfa-glicoproteína ácida, PCR) e provas reumáticas (FAN, fator reumatóide). Quando é um processo isolado, raramente algum desses exames estará alterado.

As lesões por esforço repetitivo (LER) seguem a mesma lógica, a aplicação de múltiplas cargas, mas normalmente esse termo é aplicado (erroneamente) para tendinites que ocorrem em consequência da atividade laborativa, ou seja, nas doenças ocupacionais do sistema músculo-esquelético. Contudo, para ser considerada uma doença ocupacional, outras causas devem ser investigadas e refutadas e, finalmente, deve existir uma correlação direta entre tempo de exercício profissional, a carga de trabalho e o número de horas, por dia, creditados à atividade lesiva. Dessa forma fica claro que a definição da tendinite como doença ocupacional só poderá ser confirmada por um perito no assunto.

Tratamento

Na fase aguda, a tendinite deve ser tratada com repouso relativo, restrição das atividades que envolvam o tendão (ou tendões) acometido ou mesmo com uma imobilização do membro afetado por curto período de tempo (geralmente dois a cinco dias). Além do repouso, é necessário indicar crioterapia por aplicação de gelo durante vinte minutos por, pelo menos, três vezes ao dia: isso ajudará a conter dor e edema. As medidas medicamentosas também estão indicadas quando os sintomas são exacerbados. Nesses casos utiliza-se anti-inflamatórios não esteroidais, por período de aproximadamente quinze dias, sendo as drogas mais comuns o diclofenaco, nimesulida, ibuprofeno, cetoprofeno etc.

Na fase crônica, o tratamento da tendinite passa a ser basicamente reabilitativo. São iniciadas medidas físicas para contenção do processo infamatório, tais como diatermia (tratamento pela temperatura), exercício para restauração funcional do tendão e para impedir aderências e atrofia (perda de força), assim como trabalho de propriocepção (controle e comando cerebral do tendão). Além disto, medicamentos utilizados na fase aguda poderão continuar necessários na fase crônica, como também pode ser necessário acrescentar corticóides, ou medicamentos específicos para as doenças associadas que são a causa da tendinite.
Espero que você tenha gostado do texto.

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